Diário Teatral da Coluna – Semana 25 – 17/04/2023 a 23/04/2023
Para além do processo criativo, mas com um impacto direto nele,
estrear uma peça que cumprirá três meses de temporadas, de sexta a domingo, em
grandes teatros municipais, exige um trabalho de produção fenomenal, imenso. É
um universo de demandas específicas, que exemplificam bem a singularidade da
rotina das trabalhadoras e trabalhadores do teatro. Uma dessas exigências são
as fotos de divulgação, que rotineiramente precisam ser enviadas antes que a
produção completa da peça esteja de fato desenvolvida. O que leva a um trabalho
curioso, de ter de produzir fotos do espetáculo que ainda não existe, mas que
apontem para o universo imagético do que será de fato a encenação. Nesta
semana, tivemos de realizar essas fotos, articulando as e os artistas de fora
da cena que participam do projeto, o cineasta Diogo Gomes dos Santos, a fotografa
e comunicadora Dora Scobar e o cenografo e figurinista Kleber Montanheiro, além
do intenso trabalho da produção, tudo para fazer acontecer essa empreitada. Que
rendeu bons frutos! As primeiras divulgações do espetáculo “Coluna Prestes:
encruzilhadas da marcha da esperança” virão dessas imagens.
No restante dos ensaios da semana, terminamos de sedimentar
as cenas para realizar, enfim, a passagem geral das cenas em sequência,
articulando com ensaios no piano para afinar o canto do elenco, já que a peça conta
com diversas canções. Fizemos a seguinte
passagem geral, no final da jornada de trabalho:
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Cabaré Esperança
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1ª Aula de Alfabetização
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Chegada das tropas de São Paulo
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A Enfermeira e o Comandante
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No campo de batalha inimigo
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A Criança e a Revolução
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2º Encontro Ângelo e Garcia
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Mate Laranjeira
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A enfermeira, o Cabo Baleado e o Comandante
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A encruzilhada de Piancó
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Parto de Santa Rosa
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A despedida de Ângelo e Firmino
Os ensaios do Coro Cênico seguiram, articulando a ida de
pessoas do elenco, o que possibilitou levantaremos as seguintes cenas por lá:
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Coro da Revolução
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Prestes e o Estado Maior da Revolução
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Passagem Poética: Enfrentamento das Tropas +
Dança das Facas
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Passagem Poética: Horror da Guerra
Muito material foi levantado, com momentos bonitos, que
tocam nas questões da Coluna Prestes enquanto seguimos as trilhas dessas
figuras menores da marcha, sua raia miúda, a base do movimento. No entanto, a
passagem em sequência apontou as fragilidades gerais da encenação e da dramaturgia,
com um excesso de fragmentação dos núcleos, que gera uma não relação de
conjunto entre os diferentes quadros. Ao que tudo indica, estamos diante da
crise final do material, da última jornada de trabalho para que, enfim,
cheguemos na estrutura definitiva da encenação. Isso tão perto da estreia.
Ninguém disse que seria fácil. Tem ainda muito trabalho pela
frente. Avante, Coluna!